31 de maio de 2016

Decidindo não ser mais iludido pela APAC



Máquina de fazer chuva
Fonte da Imagem: Mistérios do Mundo


Choveu 60% do previsto para o mês de maio na madrugada de domingo pra segunda
E a APAC nada: nenhuma previsão
Não me avisou que, nas segundas e quartas, meus índices de precipitação valeriam pela semana inteira
Um dia, a APAC me diz que estás interessado em mim, que te preocupas comigo
Que está despontando sol luminoso para me inundar
Metade de um minuto depois, a previsão é de que estou só

A APAC parece mentir
Previu que tu te importavas comigo,
Que tinhas um abraço secreto pra nós, que os nós estavam se afrouxando
Que ia parar de chover
E dentro de mim a esperança tentando enxergar por trás da cortina de temporal

A APAC não previu que fingirias novamente que sou um leso
Muito menos que fingirias até eu ter certeza que sou
E hoje meu espírito é menos sol

Nenhum dos alertas da APAC advertiu-me
Que hoje tua mão se comportaria como uma frente fria saída do oceano pacífico
Meu Deus, por que a APAC não previu que uma tempestade estava se formando em mim?
Lá onde o teu rosto embala o turbulento el niño que se atirou no berço do meu coração?

A APAC não me contou que eu estaria sujeito a ondas de doçura, seguidas por
Trovoadas de “Não sei do que se trata”, que iriam se abater sobre a lavoura de minhas expectativas
Devo ficar sem sair de casa, APAC?
Talvez deva
Mas, se houver sinais de amor perdidos nesse procela
Me ajude a compreendê-los, a ser frio capaz de atrair teu refúgio para o meu abraço
E calor bastante para que minha sede aprenda a beber no teu beijo

Porque se for pra te deixar triste
Prefiro pegar carona na próxima nuvem passageira
Que ninguém conseguirá multar ou rebocar para o depósito
Onde outras ilusões minhas aguardam em vão o momento de serem leiloadas

A APAC andou prevendo que tu choverás em minha companhia neste Dia dos Namorados e que toda estação, por um dia, será a 97,1 e que o carinho nos fará esquecer os chuviscos
Dessa frequência de onda
Porque ambos merecemos

27 de maio de 2016

As nudezes de Snow

Cena de Game of Thrones
Fonte da imagem: Drunkwookie


De quinta a domingo, fico com a saudade,
Também com a probabilidade de que no primeiro dia útil da semana seguinte talvez não venhas
Por causa da chuva, do sono ou do  charmoso medo de ser feliz comigo
Ou tão somente porque estás esperando chegar o ônibus com destino à quarta-feira

No começo, queria mais do que meia hora perto de ti
Agora espero que chegue o momento em que tuas horas me quererão por inteiro
Capriche mais nos teus sinais sutis porque, por mais sedutora que seja tua timidez gentil,
Preciso de indícios de que meu sentimento não é somente uma ilusão que
Se olha no espelho para ter certeza de que a certeza não está lá

Se nunca mais nevar, me empresta um pouco desse para sempre que sorri desmentindo o erário de tua seriedade  

Estou disposto a ficar horas a fio em silêncio, navegando no desfiladeiro do teu abraço
Se treinarmos com afinco, as nuvens do teu corpo vão enchuvescer na minha carícia
Serei cúmplice da tua liberdade e tu, dono dos meus eu-te-amos mais tranquilos e despretensiosos

Aprenderei a fazer do meu estar à vontade monopólio teu

E a me esconder do inverno em tuas nudezes todas todas

26 de maio de 2016

Corpus Christi como manifesto antiestupro e anti-homofobia

Fonte da imagem: Wikitemas


No dia de Corpus Christi, não posso deixar de pensar que o corpo de Cristo é corpo das mulheres e dos homens, sem discriminação: “Tomai e comei todos vós”.

Cristo, sendo homem e pertencendo a uma sociedade em que os corpos femininos eram considerados propriedade dos homens, oferece a si mesmo como alimento e mostra que o que faz de um homem um homem é sua humanidade e não o fato de ele “comer” mulheres.

Ele dignificou uma mulher considerada adúltera, mostrando que os corpos pertencem exclusivamente a nossas próprias consciências. Também dignificou uma mulher que era considerada impura e intocável por ter um grave problema no seu fluxo menstrual. Mostrou que o ser mulher não pode ser reduzido ao pobre conceito de pureza nutrido pelo machismo absurdo.

A ação de Cristo escancara as raízes podres de um abjeto ideal de pureza, entendido como senha de acesso ao corpo feminino. A mulher considerada impura seria, nessa perspectiva, “naturalmente” sujeita à violência sexual, tanto de ordem física quanto psíquica. Por este motivo, a violência sexual é comumente acompanhada do gesto ignóbil de expor publicamente a vítima.

Jesus se dá como alimento também aos homens, derrubando, com a simbologia de seu gesto, a sanha homofóbica que assola a humanidade desde o princípio. Um homem que penetra outros, na simbologia eucarística, redimindo o terror sofrido pelos homossexuais, vitimados, na mais branda das hipóteses pelo nojo, quando não são objeto de pilhéria e tortura, como o foi o próprio Cristo.

Quando Jesus Cristo se dá, na Eucaristia, entregando-se em corpo, sangue e espírito, ele estabelece a nova e eterna aliança entre os seres humanos e Deus. E faz não caber nesta nova e eterna aliança os valores esclerosados relacionados às fronteiras covardes e preconceituosas erguidas entre o corpo do homem e da mulher, assim como entre o corpo de um homem e outro, de uma mulher e outra.

A nova e eterna aliança não admite que o corpo feminino seja invadido pela fronteira de uma sexualidade machista e distorcida. Na hora da descida do Espírito Santo, estavam reunidos juntos, em pé de equidade, homens e mulheres, recebendo equitativamente os dons espirituais e a potência de marcarem sua presença no mundo por meio do discurso. A comunhão não é só representação da vida em comum, mas um manifesto contrário ao terror de uma sociedade que relaciona homens e mulheres como se aqueles fossem "o invasor" e estas "a presa". A comunhão representa o êxtase da equidade entre os corpos e a alforria de seus diferentes enlaces sejam heterossexuais ou homossexuais.

24 de maio de 2016

Reflexões de um infrator leve


Fonte da imagem: omelhordavida.com


Ser bonito nos teus braços vai devolver o aconchego e a fé aos meus abraços partidos
Tua companhia indecisamente decidida 
Incide sobre minha esperança cindida
Antecipa um doce devir, tornando sem efeito prever o passado
Como é costume da armadura de vidro que tenta me proteger do não,
Antes de ele desistir de ser Por que não?

Espero ser como água e afagar teu eu metódico, tua inibição descarada
Até que meu colo se encontre com teu rosto e esqueça como é saber o que fazer daqui por diante
E, mesmo assim, sentir-se seguro como quem não terá medo de inventar um ser feliz para cada dia
Torço para que teus talentos de jardinagem me ajudem a entender a importância dos espinhos
No relevo da rosa do ser feliz

Vamos aprender juntos, espero, como esculpir a chama que respira a espada
Feita de aço temperado por fagulhas de deslizes, de frustrações, mas também de
Sonhos e de cinco estações, incluindo os invernos-verões plantados pela translação dos nossos corpos
No sistema solar de solidões que, em breve, não passarão de luas minguantes

Me tenha mais por perto e deixe-me terminar de executar o plano de segurar tua contramão no cinema

Arqueiro Tell, que eu possa ser a carícia necessária para amparar os teus segredos e te ajudar a resolver tuas pendências, a fazer as pazes com tuas flechas e amor com teu alvo, isto é, com meu eu moreno

Minha pele possa ser advertida por tua nudez derramada.

Não seja a pressa mais do que o suficiente para dar vida nova a tua quietude, abrindo em tua paz uma vaga preferencial para este infrator leve, que te escrevê.

14 de maio de 2016

Poema de uma sexta-feira 13

Cidade de Roma
Foto: Clécio Eufrausino


Minha imagem no espelho
Nesta sexta-feira
É uma pergunta sua: “Você achou mesmo que era verdade?”
E sua resposta irrefletida nem se deu ao trabalho de colocar as letras ao contrário:
“.ues amelborP”

Depois desta primeira imagem,
O espelho passou a se chamar mirror
Logo em seguida, meu erro

Meu reflexo sempre chega partido ao meio
E meus eu-te-amos ao se olharem enxergam uma saída que não desiste de ser labirinto
Como uma imagem imprópria, sou lançado de volta à estaca  +ou – 0

Se mesmo tendo medo de ter coragem,
Você me ajudasse a descobrir que o que sinto não é em vão,
eu seria capaz de esperar o tempo que fosse preciso ou impreciso
Porque tua companhia me faz sentir um homem de sorte,
Embora meu reflexo se sinta um idiota

Meu eu rrefletido desistiu de ir embora quando te conheceu
E, lá no futuro, o espelho espera que você chegue em casa
Que acorde da sesta
Para dar de presente ao meu reflexo teu abraço e teu beijo

Depois de te conhecer um pouco,
O espelho começou a aprender a se refletir em mim
E resolvi quebrá-lo, alforriá-lo
Prefiro andar de mãos dadas nós três: você, eu e nosso segredo
Sem a preocupação de refletir

Se você sentir algo por mim,
Mil imagens ou uma palavra valerão a mesma coisa
Porque sentirmos juntos será algo inexprimível e sem preço

A poesia e seus exageros são mero reflexo
Da minha disposição de caminhar contigo

Fora do espelho

12 de maio de 2016

Não Há o Que Temer, Usurpadora: o choro continuará querendo falar de amor


Cena da abertura da novela La Usurpadora


O mundo acabando
E eu só penso em uma forma de pensar sobre como falar de amor
com mi corazón brasileño e, ainda por cima, humano

Os homens, lobos do próprio homem, fazendo papel de rato no picadeiro dos ministérios
E o Jó que me aluga tentando imitar Jobim
Hoje, por um dia, posso pouco alegria
Mas, parece que a esperança, mesmo hoje, poderá ser todo dia

Um usurpador não é aquele que rouba o lugar de alguém
É quem tenta roubar o lugar da coragem de alguém

Usurpa quem te faz ter medo de seres teu potencial de mulher,
Por não seres homem
Quem te faz ter medo de seres teu potencial de ser humano,
Por seres um homem que ama um homem
Uma mulher que ama uma mulher
Um homem ou mulher que ama
Por seres um Nordeste que vive no Sul
Ou mesmo um vice-versa

Usurpa quem finge que tua potência não existe
Por ter preguiça de achar em si mesmo a potência
E, aprendi com o sei que nada sei,
Que só respeita a potência dos outros, incluindo a de si mesmo,
Quem ama a liberdade, a escolha e a justiça

Um lembrete aos ursurpadores:
Potência não é poder
A potência não pertence a ninguém
Não precisa tomar posse
Nem ocupar tribuna de honra,
Palácio ou qualquer outro desses mausoléus

A potência não está no sonho alcançado
É o sonho que se reinventa no seio da realidade falida
Quem pode segurar uma cachoeira?
Nem mesmo o inverno em seu vai e vem, quem dirá os usurpadores

De que servem flechas ensopadas de um veneno imbatível
Se os corações pulsantes são alvo inatingível?
A seta, neste caso, é alvo de si própria
Pois o único alvo que é atingido em cheio é o vazio do coração que parou de pulsar

Não são as flechas de Cupido que criam o amor,
É o bater das asas de Psiquê

Depois de dizer isso, me vem a doce lembrança do arqueiro Tell

E continuo querendo falar de amor no meu choro 
sem precisar fazer juramento algum

10 de maio de 2016

Poema do terceiro sentido: a audição e a vida curta da flor-gratidão

Hipódromo (França)
Foto: Karla Vidal


Seria muito egoísmo verter o texto do mundo em Libras
Só pra que teu eu distraído possa me dar ouvidos?

Espero que saibas que a paleta de sons do universo traz em seu peito o
Sol como pingente
Envolto pela sinfonia zodiacal, o sol até esquece ser uma lágrima
Plantada numa camisa preta estrelada
Os ventos do varal de Deus sopram, mas esta camisa permanece impassível:
Nada é perfeito...
Tranquilo, porque o marasmo não faz bem ao respirar fundo

A perfeição é uma clave de deserto perdida na partitura de um oásis
Nem Deus gosta de ser perfeito: muda de ideia, faz o sol andar pra trás, assusta vigias de sepulcro...
Pensando bem, ele é perfeito. Porque só alguém perfeito transforma água em vinho de graça

Bem que a flor-estrela, símbolo da gratidão, podia ficar mais algum tempo em tua face
Bem que tua face, gratidão dos símbolos, podia ficar mais algum tempo nas flores-estrela
Beethoven seria capaz de ouvir a dezenas de anos –floriluz as vibrações de bênção e gratidão que trago pra ti

Porque a bênção vem de onde menos esperamos
Ali daquele lugar onde nosso esquecimento fez questão de pendurar uma estalagmite de gelo eterno
Do vácuo que serve de invólucro ao nosso Adeus, ressoa a corda sutil da bênção
Porque toda bênção que se preze é o canto de um anjo anônimo
Sem categoria: pura alegoria

Nas horas mudas, começam a tocar os corações que nossas canções compõem
Se em segredo ou em degredo, não nos cabe decidir
Mas, sempre é possível descair em si,
Sempre resta um Acorde surpresa, lá onde se pensava que o sono era eterno

Acorde capaz de reescrever, em sol maior, o dado por perdido
Com notas de reencontro
Nada mais de pena ou dó

E, por mais que ame,
O lufar do vento cultivará aquela indecisão gostosa:
Sopro sobre teu rosto o carinho da aragem
Ou prendo o fôlego para não desembalar o silêncio que recobre o teu dormir?

Teu toque é maestro do meu pulso
E quando passa perfume em minha têmpora
Os relógios se derretem
Nenhum salvador, dali ou de onde quer que seja,
Poderá surrealizar este fato

A audição é o único dos sentidos capaz de desmentir as distâncias e as barreiras

E como é adorável aquele teu olhar 89, capaz de deixar qualquer Berlim de muro caidinho

7 de maio de 2016

Fábio Jr., a falácia dos 20 e poucos e a audácia dos 30 e tantos

Foto: Karla Vidal


Existe vida depois dos 30 anos

Ouvi de um tal Dostoievski que a vida começa aos 40,
Mas à beira dos 35 quase dei por certo que
Não havia mais tempo:
Tempo pra parir
Tempo pra amar
Tempo pra partir
Tempo para dar
Tempo pra plantar
Tempo pra follar
Tempo pra colher
Tempo pra parar
Tempo pra conseguir

Ah, Fábio Jr, e a falácia dos vinte e poucos anos!
Não pensem que vou dizer que os 30 são melhores que os 20
Só não consigo mais concordar que os horizontes a partir deste ponto são feitos somente
De pôr-do-sol

Os 30, me parece, são o tempo de chegada das primeiras cicatrizes sem lesão
Diminui a espera pela palavra certa e redentora
Cresce o apreço pela presença, mesmo que um pouco desleixada,
Os semitons do improviso são convidados a entrar na sinfonia
 E as dobrinhas do culote a se juntar às do cobertor

Normalmente, depois dos 30, nossa expertise cartográfica dá um salto
Com auxílio de conhecimentos contrabandeados da Biologia e da Dermatologia,
Emprestamos surpreendente precisão ao mapa dos orgasmos

Em tempos de crise, os 30 anos acalmam a afoiteza dos sonhos
E a precipitação do destino
As alternativas deixam de ser abóbora e viram carruagem
É uma época em que se tem menos vergonha da nudez
Posto que se tornam menos importantes as vestes dos carros,
Dos edifícios, dos restaurantes, das roupas...

O outro se torna menos nós mesmos
E nós mesmos nos tornamos menos o outro
Diminuindo o grau de transtorno

Existe vida depois dos 30, mas precisamos fazer a nossa parte
Trocando a falácia pela audácia
Cortar alguns vários supérfluos:
Simplesmente beijar, sem esperar que o futuro traga o mais que perfeito lábio
Comparecer, sem aguardar que floresça na linha do tempo o momento ideal,
Onde Vontade, disponibilidade e oportunidade se tornem uma santíssima trindade
Não guardar para depois os agoras de boa-vontade
Deixar lá, no baú do nunca, os agoras de guerra
Uma vez por semana, discutir a relação com os agoras, os nuncas, os baús, as guerras,
As boas e as más-vontades
   
Nada contra o imecap, mas pode ser bem mais gostoso aos 30
Parecerem 25 + cincos do que fingirem ser 15

6 de maio de 2016

Poema de antes do aterrissar do ônibus

Foto: Karla Vidal


Retrovisor

Antes do aterrissar do ônibus,
Desembarcou naquela parada a saudade de algo que até então não havia experimentado
Você deixou o clássico do futebol em casa de castigo
E preferiu assistir comigo à espera pela chegada da mudança do destino

Que bom poder recostar minha ansiedade no teu paulatinamente
Desatando alguns nós do meu desatino
Teu olhar parecia dizer que continuaria a esperar por mim inteiro
Depois que eu partisse

O medo de estragar tudo fez com que eu te olhasse de soslaio
A partitura do teu rosto, escrita em sol maior, tocava-me:
Desejo de que tuas mãos me jardinassem
Até os desertos se renderem

Ante o teu magnetismo, as miragens perdem a graça
Teu abraço está, aos poucos, cassando o título de posse do abandono
O que quero de presente?
Um monte de agoras como foi o anteontem

Enquanto te ouvia falar, quis fazer um acordo contigo
De, no meu aniversário, ou antes, quem sabe
Poder estar por perto quando o acordar vier buscar um dos teus sonos
E quando, acordado, começares a sonhar 

O ônibus pára defronte as águas tranquilas do nosso até logo
Agradeci ao meu retrovisor por ter se quebrado 
Fazendo-me perceber que era chegado o momento de olhar adiante

Antes de passar pela borboleta, minha psique me alertou que
Eu era alguém que partia a bordo de um coração não mais partido

1 de maio de 2016

Considerações sobre a amizade e as brumas de Avalon


Fonte da Imagem: Forge of Avalon



Avalon

A amizade capaz de vencer brumas que a tornariam improvável –
Ideologias, convenções, distância,ocupação, além dos ETCs que minam a caminhada dos amigos - Pode celebrar os frutos da maturidade 
Como jovens adultos que somos, somos também felizes por podermos sentar à mesa com
Nossas limitações e nossas conquistas, mensuráveis não por quilate, câmbio ou taxa de juros
Mas por serem reflexo das surpresas que Deus tem reservado para nossas vidas

Minha eterna gratidão pelo Espírito Santo nos ter apresentado numa das voltas pra casa
A bordo do CDU-Boa Viagem – Caxangá
Teu silêncio versus minha tagarelice
Tua determinação versus meu abestalhamento
E hoje só posso dizer que minha alma exulta porque nenhum Bolsonaro ou Jean Willys pode
Apagar da história a amizade entre Clécio e Carol
Nem mesmo a lâmina Excalibur pôde calar a corda do cosmos que desembainhou a primeira nota
Da sinfonia de nossa história

Amizade debutante. E nada mais justo que eu te chame para dançarmos uma valsa
E o cristal dos sapatinhos seja feito do brilho do teu sorriso
E o vestido tingido com o verde-mar dos teus olhos azuis
Possamos redesenhar nossas tábulas 
E ungir nossos cansaços com a descoberta de sonhos que aprendem a navegar
Em rotas alternativas, ajudando-nos a encontrar especiarias
Que trazem sabores nunca dantes navegados ao paladar das esperanças
Sabores que reinterpretam a potência do desafio e da vitória

Que nossa união continue se pautando não pelos signos do poder e da fama
Mas sim pelas estrelas da prosperidade, da saúde e da paz, pintadas no céu pela canção secreta
De Maria
A família cresceu com a chegada dos meninos e me enche de harmonia
Ver que posso fazer parte desse verde novo que brota do tronco sagrado da amizade

Receba minhas novas falhas e inseguranças bem como a sabedoria e a fortaleza que
Meu coração tem conseguido colher dos desertos de mim
No terreno das minhas recém-nascidas força e segurança
As sementes que, ao longo dos anos, vens lançando
Traduzem meus solos pedregosos e acidentados
Em terra justa, adubada com o que há de mais puro, bom e elegante nas brumas de Avalon

Boa noite, Ana Carolina Morais

Ass.: Clécio
Salve Recife

01-05-2016


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