3 de dezembro de 2015

Aviso de despejo para Nietzsche, Dostoievski e Schopenhauer

Caleidoscópica
Foto by Karla Vidal


Tire, por favor, Nietzsche, Dostoievski, Schopenhauer e Pessoa do apartamento
Porque quero que estejamos a sós no mais recente capítulo da descoberta de mim mesmo
Não falte nessa festa porque preciso do teu silêncio introspectivo para fazer meu mundo dançar desavergonhadamente
E de nosso segredo para te embriagar, você que é o mais ilustre convidado a em mim penetrar:
Tu e tua sobriedade despudorada

Se estivesse frente a frente contigo numa luta
Trocaria qualquer zanshin por um abraço teu
E que bom seria se você topasse ouvir o quanto te desejo
Sem se sentir obrigado a me amar
Pois o erotismo que se acende em mim quando estás por perto
É acionado por tua liberdade, simplesmente

Não me cansa, duas ou três vezes três vezes por semestre,
Vencer teu impulso de acabar a conversa depois de 10 minutos e ir embora
Levando consigo o ramalhete de avisos prévios

Quero tanto ter a sensação de que minhas mãos, meu olhar e meus encantos
Estão no lugar certo e de que meu Eu te amo não te fará crer tolamente
Que quero fazer de ti um escravo
Mas, certamente talvez, a Lei Áurea seria reassinada por nosso abraço tímido e quente

Parados na esquina, entre a insônia e o acalento, nossos bateres cardíacos dançando de rosto colado
Ensaiando o sono dos justos em fartos clímaxes

E olhar tuas sobrancelhas disputando com teu sorriso o topo no pódio da lindeza
Liberta a angústia e a ansiedade dos meus eus
(Se bem que, tua inteligência faz o segundo lugar ficar o,99999999999999... nanômetros acima do primeiro)

Acho que poderia te amar em segredo a vida inteira
Pra não afugentar teu campo magnético que excita todas as pétalas do meu vórtice
Mas se meu beijo esquimó pudesse dividir o leito com a maçã do teu rosto por um quarto de hora

Meu mar desaguaria no rio, no choro, no sinto, no (re)vivo

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