27 de outubro de 2014

Votei em Dilma/Aécio, mas quem me fez gozar foi um eleitor/eleitora de Aécio/Dilma



Para desempatar o placar da eleição, suguei 13 vezes o mamilo esquerdo e 45 vezes o direito.  O que não dava era pra anular o gozo por conta de uma divergência política. O território dos meus beijos e carinhos é a Suiça. Devoto aos lençóis brancos com cheiro de luz solar mais credibilidade que a qualquer estatística, pois como sabemos os números também têm sua parcela de irracionalidade.

Se é pra celebrar a margem de erro, prefiro a margem de erro do amor à das estatísticas. Sou voto vencido, visto que amo, com margem de erro de mil sambas percentuais para mais e mil tangos percentuais para menos. E que o Bolsa não seja uma prisão perpétua, um convite a permanecer à margem, acreditando que o único sonho que resta para nossas crianças é se tornar jogador de futebol.

Brasil, não abandone sua vocação diplomática de paz. Não apoie os conflitos no Oriente Médio. Não goze com o pau beligerante alheio.

E que a vitória da Estrela Vermelha deixe para trás as sombras ameaçadoras de uma Guerra de Secessão tupiniquim. Unam-se o norte e o Sul e gozem, e deixem o Brasil se tocar por inteiro, conhecendo o gozo de A a Z, com sotaques mineiro, gaúcho, pernambucano, paulista e todos os outros. Permitamos a entrada do Outro no território do Mesmo. Os sotaques, todos eles, sempre me excitaram, mordendo minha orelha e me eletrizando a espinha.

Acusam os médicos de quererem ser deuses por não quererem trabalhar nos Interiores. Mas, como ter ânimo para desbravar as zonas erógenas desse País a troco de R$1500 réis?  De olhos bem vendados, os médicos procuram sem resultado por macas, leitos, remédios e encontram Mais Médicos prescrevendo doses cavalares para crianças e assinando diagnósticos de “virose bacterial”.

Na Coreia do Sul, professores do ensino fundamental têm doutorado e estão no topo da pirâmide social. Comecem de uma vez, no Brasil, os 40 anos que honrarão o adjetivo fundamental e ajudarão a ciência brasileira a vencer o crescente apelo dos fundamentalismos: a versão mais dantesca do gozo reprimido.

Não abro mão do beijo do (a) eleitor (a) brasileiro, tenha ele votado em Dilma ou Aécio, ou se abstido, pois o senhor do meu gozo não é um partido político e meu prazer não floresce do apertar de um botão. Não vou reduzir meus afetos a cinzas e depositá-las em urnas eletrônicas Aliás, meu gozo não tem Senhor; é anarquia devassa e pura e lilás.

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