17 de setembro de 2013

Um passaporte para o mar

Faro de La Marina - San Cristóbal
Fonte: Skycrapercity.com



Passaporte
Jose Luis Paredis


Cheguei atrasado de propósito e não
Pude pegar meu passaporte
Rascunhei na voz embargada do meu eco [cardiograma[
Raiva de ti
Para me defender da saudade
Que a injustiça de alguns quis fazer parecer loucura
Mas, num em breve qualquer
O eco da coragem de amar
Vai chegar aos pés do teu ouvido
E confessar que a saudade passou, à toa, pelos eletrochoques
Pois o seu diagnóstico não era loucura, mas sim, cura

Nem a nicotina, nem a Coca-Cola serão párias pros meus beijos
E quando o eco de teus medos deitar com seus cabelos negros molhados
Sobre o meu peito
Dormirá banhado pelas horas vagas do meu bater cardíaco
Por um instante, sinto-me inútil,
Mas, olho o mar e não posso crer
Que o vai-vem das ondas
É inútil
O mar... Tão imponente
Mas, não resiste à vocação de se render
Aos pés de quem se deixa por ele morder
E não há superpotência
Que não queira estar à margem
Das águas infinitas de um mar
Que com o inútil vai-vem das ondas
Penteia as dores do mundo
Nuestra Señora de La Consolación,
Abençoa os mares que não precisam ser úteis, pois
Basta-lhes acariciar o rosto do meu Nobre que não me pertence
E, junto ao coral dos amantes, dizer com voz doce: "Estou contigo pro que der e vier".


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