22 de janeiro de 2013

Quando a personagem Mônica foi discriminada por pessoas de pele azul





Publicada pela primeira vez em 1970, a história Os Azuis, da Turma da Mônica, é comparável à obra Maus, escrita por Art Spiegelman, em 1980 (e publicada somente no início dos anos 90). Neste romance em quadrinhos, o autor fala sobre os conflitos étnicos durante a II Guerra Mundial.

Os diferentes grupos são alegoricamente representados por animais. Os judeus são os ratos, os alemães, gatos, os franceses, sapos, os poloneses, porcos, os americanos, cachorros, os suecos, renas, os ciganos, traças, os ingleses, peixes. Por meio desta estratégia Spiegelman não poupa nenhum dos envolvidos na guerra de sua verve crítica, evitando a tendência comum de, ao abordar a guerra, demonizar um grupo enquanto se deifica o outro.

Em Os Azuis, Maurício de Souza, na época com 35 anos e com um traço bizantino, onde os personagens possuíam formas rústicas e angulosas, abordou o preconceito contra a cor da pele de maneira criativa e desconcertante: isto no período de radicalização do Apartheid. A história se baseia nos estudos sobre universos paralelos, teoria em franca expansão naquele período.

Na trama, Mônica, sem se dar conta, é levada a um universo paralelo em que todos são azuis. Ela é, então, vitimada pela discriminação por ser branca, sendo inclusive perseguida. A ironia máxima é que até o cachorrinho Bidu, que também é azul no universo paralelo, sente ojeriza pela Mônica branca.

A personagem Mônica está completanto cinquenta anos. Foi criada em 1963 nas tiras do Cebolinha. É inspirada numa das filhas de Mauricio de Sousa, assim como a personagens Magali.
 


 A seguir, a versão, em desenho animado, de Os Azuis. Nesta releitura, o final é modificado. Torna-se meio hollywoodiano, mudando, por exemplo, o modo como Bidu trata Mônica: 

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