17 de dezembro de 2012

A bondade e os beija-flores

Fonte: site Virtude- Birdwatching e Natureza


Beija-flores
Poesia de Milia Cdíades 

Tua alma é boa e linda
É tímida vez por sempre
Nada que um abraço, um carinho ou
Outro desses silenciosos despudores
Não possam acolher em sua ternura galopante

Nos poucos segundos de premonição que me restam,
Quero dizer que teu futuro é de uma riqueza
Que fará os títulos e os poderes trocarem os tronos e os dinheiros
Por um lugar às margens da lealdade e da singeleza
E tu haverás de crescer, mas não será mais preciso
Que teu crescimento esteja ancorado a troféu ou amargura

Tu serás grande entre os seres humanos
Porque, desde sempre, és humano entre os grandes
E os des-sorrisos, os medos e os silêncios
Não te tornam Alguém menos bom
Nem as conquistas te tornam mais Nobre
Porque o idioma das glórias é mudez nos lábios da bondade
E o pastor invisível que habita teus gestos
Me contou que muitos ainda serão felizes
E, de fato, já o são
Por experimentarem a luz esmeralda
Da tua bondade ranzinza e séria e blasé e íntegra

Pena que minha presença é insuportável a tua bondade
Como é insuportável às asas do beija-flor virar escultura
Mas os que tiverem o privilégio de te ter por perto
Entenderão, cedo e tarde, que a bondade não é o clichê do sorriso preso nos lábios:
É  a alegria implícita num perseverante bater de asas


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